Nur

Urso polar Nur nasce no Aquário de São Paulo em fato único na América Latina

Espécie que simboliza a luta contra o aquecimento global teve seis nascimentos no último ano – cinco na Europa (quatro na Rússia) e um no Brasil

Próximo de completar 19 anos, o Aquário de São Paulo está orgulhoso e acaba de protagonizar uma façanha histórica – absolutamente inédita em toda a América Latina. No dia 17 de novembro, filha de Aurora e Peregrino – vindos do Zoológico de Kazan (Rússia) – como parte de um programa internacional de conservação da espécie, Nur nasceu com cerca de 400 gramas.

A confirmação da gravidez de Aurora ocorreu quando a nossa equipe de veterinários observou mudanças no comportamento dela, como a maior necessidade de descanso e alteração na alimentação. A equipe monitorou continuamente Aurora, permitindo que ela “escolhesse” o melhor ambiente para o parto, numa toca criteriosamente montada. O local foi adaptado para simular condições naturais, com escuridão total e temperatura controlada entre 10° graus negativos e 0º grau.

Aurora demonstrou um instinto materno imediato, lambendo e aquecendo Nur nas primeiras horas. O filhote nasceu com cerca de 400 gramas, contrastando com os 263 quilos da mãe e os mais de 600 quilos do pai. A confirmação de que Nur era fêmea veio por meio das filmagens, após um momento em que ela se virou de barriga para cima. Em todo o processo, quatro câmeras monitoravam 24 horas por dia o ambiente em que Aurora estava, o que nos rendeu um rico material com mais de 2,5 mil horas de imagens.

A equipe de veterinários manteve o monitoramento constante, garantindo que Aurora cuidasse adequadamente e acompanhasse cada progresso da filhote, numa luta diária pela sobrevivência. O apoio de especialistas da Rússia, com base no acordo internacional que o Aquário tem com o Zoo de Kazan, foi fundamental.

A saída de Nur da toca “será indicada” por Aurora, que decidirá o momento certo para apresentar o novo recinto à filhote. “O futuro não é a gente que decide; ela vai começar a dar sinais de que está pronta para sair (da toca) explorar o recinto e ensinar a nadar, a se alimentar para a Nur”, explica Laura Reisfeld, veterinária-chefe do Aquário de São Paulo.

O futuro de Nur é incerto, embora o Aquário de São Paulo queira mantê-la no Brasil e, possivelmente, trazer um macho no futuro (quando ela estiver em idade reprodutiva) para continuidade do programa de conservação. No entanto, a decisão final caberá ao Zoológico de Kazan.

A vinda dos ursos ao Brasil completou 10 anos e faz parte de uma parceria técnico-científica com o Zoológico de Kazan, incluindo intercâmbio de conhecimento e suporte financeiro. Um dos projetos dessa colaboração foi a tradução para o russo do livro “Polar Bears: The Natural History of a Threatened Species”, de Ian Stirling, distribuído em instituições russas para fomentar estudos sobre a espécie.

Aurora e Peregrino, diferentemente da maioria dos ursos polares em zoológicos, convivem o ano todo devido à boa relação desenvolvida desde jovens. “A gravidez da Nur mostra que o ambiente assegurou o bem estar necessário para eles”, explica Laura.

O nascimento de Nur é um grande avanço para a conservação dos ursos polares, destacando a importância da colaboração internacional e da reprodução ex-situ para a preservação da espécie.

Sobre o Aquário Inaugurado em 2006, o Aquário de São Paulo (ASP) é referência em cuidado e bem-estar animal. Trata-se do primeiro aquário temático da América Latina, localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul da capital. Com estrutura de 15 mil metros quadrados, ampliada ao longo dos quinze anos de história, é o abrigo de cerca de 3.500 animais — 250 espécies do Brasil e de outros países.

Uma das diretrizes do aquário, sedimentada pela visão de seu fundador, é estimular continuamente um compromisso com a consciência ambiental. Além das visitas abertas, os espaços promovem monitorias informativas e visitas de estudantes. O Aquário mantém parcerias com instituições nacionais e internacionais com o objetivo de conservar as espécies ameaçadas de extinção e mostrar o que está em jogo no ecossistema se elas forem extintas.
                                 

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